Geografia e a História Econômica
Com o encerramento da contagem populacional realizada pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Cairu, no baixo sul do estado ficou com 15.205 habitantes, superando a estimativa feita pelo órgão em 2009, que indicava 14.736 habitantes. Foram recenseados 4.688 domicílios em todo o município. Não há dúvidas de que este quadro habitacional de Cairu é fruto do empenho da Comissão Municipal de Geografia e Estatística (CMGE), de todos os membros do IBGE, da equipe de recenseadores e do fundamental apoio logístico colocado à disposição pela Prefeitura de Cairu, a partir da firme determinação do Prefeito Hildécio Meireles. O excelente trabalho da Comissão Municipal de Geografia e Estatística, coordenado pelo secretário Almir Costa e pelo assessor especial Daniel Figueiredo, criou um canal eficiente de comunicação entre o IBGE e os representantes da sociedade cairuense. Esta Comissão, formada por diferentes segmentos da comunidade, monitorou a operação censitária, colaborando para que o recenseamento local fosse efetivado com êxito total. Está aí o grande sucesso obtido. APOIO LOGÍSTICO DO EXECUTIVO A maioria das cidades que não deram importância para este importante tipo de suporte oferecido pelo Município de Cairu vão penar os próximos dez anos, a partir da queda no número de habitantes, com perdas de recursos públicos federais, em especial do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). E a culpa não é do IBGE, não. E muito menos dos recenseadores. Em locais em que a dificuldade de acesso é severa para os representantes do IBGE, cabe muito bem ao gestor municipal dar o apoio devido para que a estimativa populacional do seu município seja condizente com a realidade vivida pelo seu povo. .
Durante quatro séculos Cairu, juntamente com Camamu e Valença, foi um dos grandes fornecedores de víveres para Salvador e também de vital importância para a sua defesa militar. O conjunto fortificado de Morro de São Paulo é o melhor testemunho histórico. .
A construção na segunda metade do século XX da estrada litorânea BR 101, contribuiu fortemente para a desaceleração do processo de desenvolvimento socioeconômico da região que hoje chamamos Costa do Dendê, uma vez que desviou todo o tráfego que anteriormente era obrigatório através dos municípios litorâneos contíguos ao Arquipélago de Tinharé. A opção da nova estrada deixou o sistema viário regional abandonado por três décadas, praticamente isolando a região dos outros centros de comercio e serviço do Estado. Manteve-se, no entanto, a comunicação via estuário, onde as embarcações de madeira (saveiros) mantinham a região viva, transportando passageiros entre as vilas e entregando as mercadorias (pescado, piaçava, coco, dendê, cravo, pimenta do reino, madeira) produzidas na região, para Valença, que se tornou o centro de serviços e comercio de toda a região, principalmente por estar ligada com boa estrada à BR 101. .
Se por um lado o colapso no desenvolvimento regional resultou no esfriamento da economia, por outro lado, estes mesmos vetores anti-progresso foram os responsáveis pela preservação de um dos ambientes mais espetaculares de todo o litoral brasileiro. Durante os últimos trinta anos, esta micro-região que chamamos também de Baixo Sul ficou pulsando, latente, mantendo uma qualidade de vida razoável para os seus habitantes, que tinham na pesca e na agricultura o seu sustento. Essa mesma abundância de recursos naturais, cultura e paisagem que ficaram preservados durante anos, foram justamente os principais atrativos para a eclosão do turismo de massas.